Que bom começarmos a segunda feira sentindo e tendo uma certeza de sermos livres graças ao sangue do Justo Filho de Deus que foi derramado na cruz por mim e por todos nós, e que ao terceiro dia ressuscitou vencendo a morte e abrindo-nos a vida. É exatamente essa certeza que chamamos de Páscoa. A Páscoa é o anuncio de um tempo novo para todo o povo de Deus. Tempo de esperança e de tamanhas realizações que devem ser vivenciadas por nós como resposta de gratidão ao Deus amor, supremo amor. Ao Deus que se permitiu ser ultrajado, espancado, cuspido na face e ter lhe a barba arrancada, a cabeça perfurada por espinhos, o ombro dilacerado pelo peso do madeiro da cruz, as mãos e pés perfurados por pregos, o corpo flagelado pelos açoites, descendo aos infernos pregando o evangelho aos cativos pelos pecados e os libertando ressuscitando ao terceiro dia.

 

Se hoje temos uma vida liberta, e o livre arbítrio de construí-la e de escolhermos os caminhos que podemos seguir tudo graças a vida que se faz real a nós num mistério do Deus encarnado, e por obra do nosso Redento o Filho de Deus. É o Cristo-vida vencendo a morte, se despojando no lenho da cruz inebriada de sangue inocente, sangue judeu, ou melhor, sangue de Deus.

 

A Páscoa é a tão esperada festa litúrgica da Igreja Católica Apostólica Romana, onde os cristãos vivem devotamente os dias da paixão ou Semana Santa como já é bem conhecido por todos. Na Semana Santa a Igreja celebra o ápice de toda esperança cristã, onde o Deus Pai ressuscita seu Filho Jesus dos braços da morte e o faz Senhor da vida.

 

Vivemos os dias de angustia e de trevas com o coração comprimido pela dor e sofrimento de Jesus, mas, nos alegramos no Domingo da Ressurreição onde se faz vivo o que estava morto. Mostrando a nós que a recompensa da fidelidade a Deus tem-se como resultado a vida no Deus que aprisiona a morte e faz a vida liberta em seu amor. Páscoa é resurgir da morte para vida, das trevas para luz, do pecado para uma vida de santidade no Senhor.

 

O difícil hoje seria tentar compreender como a sociedade enxerga o sentido da páscoa em suas vidas, e o que ela nos comunica a ponto de darmos ou não uma resposta em contrapartida. Os valores já não são os mesmos ou a indiferença roubou-nos a inocência do sagrado. Fazemos a seguinte reflexão após percebermos a tonalidade de atenção e prioridades que outras festas do mundo têm muito mais primazia do que as festas cristãs. Falamos ao observar uma das festas tão esperada por muitos como o carnaval que desperta expectativas de dias festivos e de feriados antecipadamente confirmados. O comercio se cala e se recolhe diante de uma festa mundana, enfatizada por bebidas, drogas, sexo e tanto mais. Já hoje tendo a Semana Santa acontecida, somos capazes e convidados a fazer uma hermenêutica do comercio gritante e dos movimentos nas ruas significando o não recolhimento e respeito a um dia Santo.

 

O sangue e a carne de um Santo inocente chamado Jesus Cristo parece perder espaço na vida de muitos que preferem ao mundo a Deus. "Buscai ao Senhor enquanto Ele ainda se deixa encontrar, invocai-o enquanto Ele ainda está perto" (Isaías 55:6). Façamos da nossa Páscoa um momento de grandes transformações, e nos permitamos vivermos livres naquele que livre se fez por amor a nós.

 

Feliz e Santa Páscoa para todos nós.